A Rainha da Montanha – 14,6km 18/09/2016

 

Estamos em Setembro, e essa foi a minha primeira prova do ano. Eu vinha de um longo período sem correr, em decorrência de uma última prova muito mal executada, em Dezembro, uma tendinite no adutor direito, sessões de fisioterapia, uma certa crise com a corrida e finalmente uma cirurgia de desvio de septo, que me impossibilitou de praticar atividade física por mais 20 dias.

Eu continuei a praticar Sanda quase todos os dias, mas estava desanimada pra correr. Não conseguia seguir a planilha de treino direito e estava um tanto desleixada com a alimentação, tanto que engordei 2kg, coisa que não acontecia há 3 anos. Desde o meu emagrecimento, eu venho mantendo meu peso, com algumas variações pra baixo.

Como sempre, a balança acaba sendo um alerta de que algo não está nos eixos. “Preciso me inscrever em uma prova”.

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Dentre tantas as opções, escolhi a prova que foi a minha primeira de Montanha. Sabendo que ela é bem mais tranquila do que as provas casca grossas que eu vinha enfrentando no passado, seria uma ótima escolha pra marcar o meu retorno. Eu definitivamente prefiro corrida com muito single track em mata fechada, mas sou muito realista e quis começar mais tranquila. Tanto que me inscrevi no percurso de 14km, e não no meu preferido de 21km.

Mas quando se tem Ultra Goes de treinador, nada é tranquilo… Eu achava que não tava pronta pra correr 21km, quando ele me manda fazer um treino com muita altimetria, de 2:40h de duração, algumas semanas antes da competição. Quando olhei a planilha, dei uma gargalhada e achei que só podia ser erro de digitação. Pois fiz esse treino subindo a Rua do Matão 7 vezes, na semana seguinte foi um treino um pouco mais curto, de 2:20h mas subindo 9 vezes. Foi deliciosamente sofrido. Mas tanto, que quando alinhei na largada da Rainha pra fazer 14,6km, a sensação era de que eu tiraria de letra. O psicológico é mesmo o maior fator de um desafio desses.

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Eu fui bem nerd nessa preparação. Vi os resultados do ano anterior e estudei bem o percurso. Baseado nos meus treinos de altimetria, estipulei o pace que eu conseguiria fazer em cada trecho de 2,5km de prova e os escrevi no meu braço, pra ir me guiando. Meu maior objetivo era terminar a prova com menos de 1:35h, com o sonho de fechar com 1:32 escrito no braço.

Alguns dias antes, marquei com minha amiga-bruxinha Maiz de fazer uma liberação dos músculos com massagem, acupuntura e ventosas. Ficamos duas horas soltando minhas pernas travadas dos treinos. Doeu bastante, mas parecia que eu estava flutuando depois do tratamento. Com certeza me ajudou muito.

Nunca fiz tanta força em uma prova. Sentia o coração na boca em alguns momentos, e me concentrei muito na minha respiração. Me senti em meditação durante vários trechos, tão grande era a concentração. A cada marca de 2,5km que passava, e eu conseguia alcançar a meta, era uma pequena vitória e um grande incentivo pra continuar fazendo força.

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Foi perfeito. Saiu tudo conforme o planejado. Toda a dedicação valeu a pena. Aprendi muito com essa prova, e saí de lá uma mulher muito mais experiente. Ah… consegui fechar com 1:32:24 😀

Quando fiz a KTR Campos ano passado, eu sonhava em ser TOP10 na categoria. Fiquei em quinto lugar e super feliz com o feito. Na competição seguinte, em Botucatu, fiz uma prova terrível, mas mesmo assim consegui ficar na quarta colocação na categoria. Agora, pra Rainha da Montanha, eu sonhei em ficar em terceiro lugar. Pra minha grande surpresa, acabei em primeiro na categoria e no TOP10 geral, com mulheres muito fortes e preparadas ao meu redor.

Goes foi rei na companhia e preparação, fora a confiança que ele me passou de que eu conseguiria meu objetivo… Também fiquei muito feliz de ter levado a Ana pra sua primeira prova de corrida, e ser logo de montanha! Foi muito bom ter a presença dessa amiga tão querida nessa mini-viagem. Tomara que ela se anime e continue correndo!

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